Em
uma relação Sadomasoquista CONSENSUAL, envolta em uma dinâmica
D/s, pressupõe-se que os praticantes hão de se relacionar através
de práticas mais ou menos intensas, violentas física ou
emocionalmente. Espancamentos, xingamentos, humilhações, restrições
de movimento, de alimento, privações de sentido, entre outras.
Todas elas podem vir juntas, compondo uma linda obra. Mas espera lá:
qual o limite?
Em
geral, os limites são estabelecidos logo antes do início das
relações. É comum no meio virtual, logo de cara os praticantes se
apresentarem referindo tanto as práticas que mais gostam, assim como
seus limites. Ao falarem sobre as práticas que gostam, ao mesmo
tempo indicam os limites, que em geral, podem ou não ser
negociáveis. O limite pode ser visto sobre três prismas: as
práticas que eu não faria de jeito algum, as práticas que talvez
eu faria (negociáveis) e o quanto aguento fazer as práticas que
gosto e faço. Além disso, é importante salientar para o fato de
que no caso das práticas negociáveis, é óbvio que o limite de
qual a intensidade o sub aguenta haverá de ser ainda menor. Assim, em
um primeiro momento temos limites de intensidade, de práticas e
práticas que podem ou não ser limites. É preciso atentar que
limites denotam tanto limitações físicas quanto psicológicas, e
podem estar presentes tanto em relações carnais como situações de
humilhação e tortura psicológica. Os limites valem tanto para a
parte dominante como para a submissa. No caso dos subs, não
precisa nem comentar o quanto é importante tal percepção e o
motivo dela se fazer necessária. Ja para a Doms e Dommes, os limites
expressam coisas que realmente fujam seus gostos e resistências na
apreciação de dor e humilhações alheias, como por exemplo, Doms e
Dommes que tem como limites práticas relacionadas ao Scat, devido a
baixa resistência ao nojo de fezes e excrementos, por mais que
potencialmente se excitem com a humilhação do sub envolvida no
processo.Um limite de prática, em geral, delimita a possibilidade ou não da existência de uma relação D/s ou escolha do parceiro de sessões, devido aos gostos e limitações. Existem praticantes que buscam práticas bem específicas, sendo assim, necessário ao parceiro o gosto, ou, a não limitação para a mesma. É comum dominantes gostarem de prática x, e aos poucos, treinarem seu sub para tal pratica, sendo a mesma um limite anteriormente negociado. Em uma negociação de coleira ou de qualquer tipo de relacionamento para o BDSM, é importante a cabeça aberta para ambas as partes. O Dom ou Sub perfeito existe apenas em nossa imaginação, e assim como é difícil ganhar na Mega Sena, não é nada fácil encontrar a pessoa dos nossos sonhos por aí. Na verdade a busca exclusiva pela pessoa dos sonhos, pode se tornar com o tempo uma parca desculpa quase convincente sobre os motivos de não se praticar!
É de imensa importância o
conhecimento do sub sobre as práticas que
lhe atraem na mesma medida sobre as quais ele não deseja praticar. O Bottom/sub deve ter claro para si e também para o dominante as limitações físicas e psíquicas. Assim, é possível pesar os prós e contras, e se é
possível ou não a imersão em tal relação, uma vez que os gostos de ambos (Top e Bottom) devam ser compatíveis para a existência da relação em si. Além disso, é
fundamental que não se confundam limites com gostos.
Não é porque não gosto de uma prática, que na posição de sub eu
não possa vir a experimentá-la.
Quem
astutamente leu sobre os limites de intensidade, deve estar se perguntando: “Hey, mas como assim? O que adianta eu saber até
onde posso ir no spanking, se quem está batendo não sou eu?”.
Muito bem, é pra isso, e pra muitas outras coisas, que existem as
Safewords, Safe-words, Safe, ou, palavra de segurança. Assim como
tudo que existe no universo, as safewords podem ser usadas de muitas
formas. Objetivamente diz-se que as safes podem ser amarelas ou
vermelhas. Amarelas são súplicas para a parte dominante parar caso
queira, ou diminuir a intensidade. Elas indicam que o sub está
próximo ao limite, mas ainda não escolheu render-se ou parar a
brincadeira, pela possibilidade de aguentar um pouco mais da mesma
prática de modo menos intenso, ou, aguentar outras práticas após a
que encontra-se em andamento, sem quebrar o clima. As vermelhas não tem conversa: para
tudo! Pode-se parar esta prática e conversar sobre continuar a
sessão com outras coisas, assim como pode-se parar toda a sessão. O
importante é que se de um tempo e tenha-se uma rápida conversa
sobre o ocorrido, ou não. Não existe um script. Tudo depende da percepção da parte dominante
acerca do abalo, se é puramente físico ou consiste em um abalo
emocional também. Vale ressaltar, é claro, que quanto mais experiência o Top tiver, melhor será sua percepção de quando o Bottom está próximo ao limite, e utilizando assim o bom senso não será necessário ao Bottom evocar a safe - fato que quando ocorre, denota também o cansaço/esgotamento do sub. Queira ou não, é muito comum a utilização da safeword em situações nas quais o Top não tenha ainda a perícia necessária para conduzir a sessão de modo que o Bottom consiga suportar a prática em andamento. Por exemplo o spanking em iniciantes, tempos de imobilização com cordas, entre outros... Em uma sessão de BDSM ideal, em que Top e Bottom estão em sintonia, a safeword acaba por ser prescindida. Contudo, como tudo nesse mundo, são necessárias saídas alternativas e segurança, e é para isso que as safewords existem.
Em resumo, a palavra de segurança (safeword), pode se distinguir em duas palavras distintas, que servem para serem ditas pela parte submissa quando não mais aguentar. Como uma relação deste tipo inclui privações da fala através de mordaças, também existem gestos de segurança, da mesma forma, vermelhos ou amarelos. As safes podem ser evocadas tanto em sessões contendo práticas físicas, assim como em relações D/s que envolvam humilhações constantes. Alguns praticantes experientes podem abolir a safeword vermelha após muito treino, conhecimento de ambos e dedicação. Da mesma forma, praticantes iniciantes podem abolir a safe amarela. No caso de impossibilitado de falar - têm-se o gesto, impossibilidade de gesticular - a fala. Por isso, é importante que novatos, mesmo em situações de amarras ou mordaças, não optem pelos dois ao mesmo tempo! Ainda assim, também é possível que se combine algum tipo de som a ser emitido mesmo amordaçado, que sirva como uma safe, mas aí, o sinal acaba já não sendo tão claro, e torna-se mais perigoso. Aí - bom senso! O que ocorre também, em muitas das vezes, é o sub iniciante se entregar a uma Domme experiente, sem exigir safe, por confiar na experiência da mesma em perceber quando o sub chega ao limite. Esta postura pode ser válida, principalmente se o sub confiar na Domme e a mesma realmente tiver experiência. Entretanto, em um jogo como esse, feito para adultos, é importante ter em mente que em uma situação de iniciação, você sub, tem direito a safe. Fica a teu critério. Diga não ao abuso! Uma vez optado a não utilização da safeword (como muitas vezes ocorre, na afobação da iniciação), quaisquer problemas que ocorram no percurso, podem ser justificados pela sua opção. Então subs e subas, fiquem espertos!
A safe amarela pode ou não servir como uma parte do contexto da brincadeira. Por exemplo, escolher uma palavra natural para a safe amarela, como, por favor, eu imploro, misericórdia… Tradicionalmente, os praticantes mais antigos referem “Misericórdia” como safe amarela, e, “Piedade” como safe vermelha. Os gestos ficam por conta de cada dupla. Escolhendo estas palavras como padrão, o argumento é de que sendo as mesmas um padrão, torna-se impossível que o dominante não as identifique. Hoje em dia, a pluralidade envolvida no BDSM é tamanha, que não se tem mais padrões, assim, evidencia-se a impossibilidade de ter apenas estas mesmas como padrão em todo relacionamento, simplesmente devido ao perigo que implica o dominante acabar por entender um “Piedade” como parte do jogo. Particularmente recomendo que a safe amarela seja um conjunto de súplicas, escolhidas pelos praticantes, para que o dominante perceba o sub próximo a seu limite. Isso na real já é meio que implícito. Já a vermelha, em geral prefiro que seja uma palavra neutra, que não tenha nada a ver com coisa alguma, como: Poste, Guarda Roupa, Avião, Abacate… Em casos extremos, é possível também escolher uma palavra de algo que o dominante não goste, tenha alergia ou algo assim… Cada caso ha de se conhecerem os praticantes envolvidos e suas limitações. É importante frisar, que em muitos casos o próprio sub, mesmo excedendo seu limite, possa não proferir a safe, devido a situação extrema de prazer em que se encontra, sendo assim fundamental a aguçada percepção da parte dominante. Os sinais de quando o sub extravasou os limites e não profere a safe são vários, pretendo trazer um link sobre isso, mas em geral, é uma aparente apatia, quando as dores, no caso de uma sessão de spanking, já não são mais sentidas. Após cintadas ou chicotadas por exemplo, o sub já não emite sinal algum de dor ou aflição, mesmo que mínimo, nos casos de subs mais experientes. Outros fatores a serem levados em conta são a temperatura no local da surra, possíveis dores de cabeça, faltas de ar, respiração extremamente ofegante como se o sub estivesse em uma maratona e exausto.
Em resumo, a palavra de segurança (safeword), pode se distinguir em duas palavras distintas, que servem para serem ditas pela parte submissa quando não mais aguentar. Como uma relação deste tipo inclui privações da fala através de mordaças, também existem gestos de segurança, da mesma forma, vermelhos ou amarelos. As safes podem ser evocadas tanto em sessões contendo práticas físicas, assim como em relações D/s que envolvam humilhações constantes. Alguns praticantes experientes podem abolir a safeword vermelha após muito treino, conhecimento de ambos e dedicação. Da mesma forma, praticantes iniciantes podem abolir a safe amarela. No caso de impossibilitado de falar - têm-se o gesto, impossibilidade de gesticular - a fala. Por isso, é importante que novatos, mesmo em situações de amarras ou mordaças, não optem pelos dois ao mesmo tempo! Ainda assim, também é possível que se combine algum tipo de som a ser emitido mesmo amordaçado, que sirva como uma safe, mas aí, o sinal acaba já não sendo tão claro, e torna-se mais perigoso. Aí - bom senso! O que ocorre também, em muitas das vezes, é o sub iniciante se entregar a uma Domme experiente, sem exigir safe, por confiar na experiência da mesma em perceber quando o sub chega ao limite. Esta postura pode ser válida, principalmente se o sub confiar na Domme e a mesma realmente tiver experiência. Entretanto, em um jogo como esse, feito para adultos, é importante ter em mente que em uma situação de iniciação, você sub, tem direito a safe. Fica a teu critério. Diga não ao abuso! Uma vez optado a não utilização da safeword (como muitas vezes ocorre, na afobação da iniciação), quaisquer problemas que ocorram no percurso, podem ser justificados pela sua opção. Então subs e subas, fiquem espertos!
A safe amarela pode ou não servir como uma parte do contexto da brincadeira. Por exemplo, escolher uma palavra natural para a safe amarela, como, por favor, eu imploro, misericórdia… Tradicionalmente, os praticantes mais antigos referem “Misericórdia” como safe amarela, e, “Piedade” como safe vermelha. Os gestos ficam por conta de cada dupla. Escolhendo estas palavras como padrão, o argumento é de que sendo as mesmas um padrão, torna-se impossível que o dominante não as identifique. Hoje em dia, a pluralidade envolvida no BDSM é tamanha, que não se tem mais padrões, assim, evidencia-se a impossibilidade de ter apenas estas mesmas como padrão em todo relacionamento, simplesmente devido ao perigo que implica o dominante acabar por entender um “Piedade” como parte do jogo. Particularmente recomendo que a safe amarela seja um conjunto de súplicas, escolhidas pelos praticantes, para que o dominante perceba o sub próximo a seu limite. Isso na real já é meio que implícito. Já a vermelha, em geral prefiro que seja uma palavra neutra, que não tenha nada a ver com coisa alguma, como: Poste, Guarda Roupa, Avião, Abacate… Em casos extremos, é possível também escolher uma palavra de algo que o dominante não goste, tenha alergia ou algo assim… Cada caso ha de se conhecerem os praticantes envolvidos e suas limitações. É importante frisar, que em muitos casos o próprio sub, mesmo excedendo seu limite, possa não proferir a safe, devido a situação extrema de prazer em que se encontra, sendo assim fundamental a aguçada percepção da parte dominante. Os sinais de quando o sub extravasou os limites e não profere a safe são vários, pretendo trazer um link sobre isso, mas em geral, é uma aparente apatia, quando as dores, no caso de uma sessão de spanking, já não são mais sentidas. Após cintadas ou chicotadas por exemplo, o sub já não emite sinal algum de dor ou aflição, mesmo que mínimo, nos casos de subs mais experientes. Outros fatores a serem levados em conta são a temperatura no local da surra, possíveis dores de cabeça, faltas de ar, respiração extremamente ofegante como se o sub estivesse em uma maratona e exausto.
Em
situações nas quais os praticantes já tenham maior experiência,
também é possível brincar com as safes. Em alguns casos, pode ser
possível que a dominadora exija uma safe, amarela ou vermelha, que
constitua-se em uma palavra extremamente difícil, proferida talvez
até em outra língua, e que seja dita apenas uma vez pela Domme.
Assim, no desespero, o sub tende a não lembrar corretamente da
palavra de segurança. Outras opções são códigos dados durante a semana pelo Top, do que poderia ser a safe, e feita uma charada durante a play, para a safe amarela. Também podem ser utilizados resultados de equações matemáticas (nas quais o sub pode não conseguir se concentrar em sua resolução durante o spanking), respostas para enigmas dos mais diversos, ou até mesmo a safe constituir-se em uma explicação assertiva, do motivo de estar sendo surrado, no caso de uma relação que envolva disciplina doméstica e/ou D/s. Esta condição em geral é feita para a safe
amarela, mas, tudo é possível, basta apenas o mútuo conhecimento e
é claro, consensualidade entre as partes.
Antes
de qualquer coisa, este tipo de relação é responsabilidade!
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