6 de fevereiro de 2014

Você é um lixo

    Férias e finalmente tempo pra escrever. Ah, se eu pudesse receber por isso... (maldito ad-sense). Mas olhando pra 2013 e tudo que aconteceu, me veio uma sensação boa... Talvez pra contrapor tudo isso, resolvi que o tema do presente post seja humilhação! (O.o) Então ajoelha e lambe esse chão seu verme, que a degradação vai começar!

Pro nosso amigo Aurélio, humilhação é a ação pela qual alguém humilha ou é humilhado (ah vah!). Também é referido como afronta, receber uma humilhação/abatimento/submissão. Grands Merds, isso não diz muita coisa, afinal, porque em certas ocasiões isso é tão bom? Sua aberração...
O prazer com a humilhação verbal e psicológica, não difere da dor física para os manuais psiquiátricos que referem masoquismo como perversão sexual/doença. Isso talvez se justifique pelo fato de que a dor física é antes mental, assim como o prazer por ela. Odeio o que vou fazer, mas como a humilhação se trata também de masoquismo para a psicologia (falida ou não), trago aqui um breve esboço.
Em um estudo sobre a origem das perversões sexuais, publicado em 1919, Freud relaciona o espancamento como uma forma de tirar a criança, ainda na primeira infância, de uma posição mais narcisista e onipotente. Nossa majestade o bebê, entretanto, pode ter seu ego preparado ou não para lidar com uma situação de agressão física ou verbal. Assim, a intervenção por agressões físicas, pode se tornar traumática, assim como pela verbal, e gerar reflexos nada saudáveis no futuro.
Sendo o gosto posterior por humilhação (verbal ou física) na relação sexual descrito posteriormente na nosografia psiquiátrica como também sintoma relativo ao sadomasoquismo, (excluindo-se fantasias e fetiches não patológicas) Glenn O. Gabbard, autor conhecido da psiquiatria, escreve em seu clássico “Psiquiatria Psicodinâmica com base no DSM IV” que 90% dos indivíduos sadomasoquistas estudados por ele, referiram algum tipo de agressão verbal sofrida na infância. Mas porquê? Porque isso pode ser tão bom? Essa resposta é pessoal e se refere a cada caso específico, mas a principio é possível que o afeto sentido pela criança, com relação aos pais, tenha sido traduzido de alguma forma como presente apenas quando os mesmos se impõe como figuras parentais através da agressão, assim como as agressões verbais, no caso de um masoquismo físico, não relativo as humilhações, sejam uma forma de materializar as degradações ouvidas.
Entendo a humilhação verbal no BDSM como presente de duas formas, e o que escrevo a seguir é totalmente opinativo. Vejo basicamente dois tipos: a humilhação através da indiferença com ironias e sarcasmos, fazendo com que o sub na busca por um afeto ou materialização dessa humilhação através de contatos físicos seja extremamente ativo na busca da satisfação e veneração de sua Domme. Outra forma, é uma humilhação mais ativa e direta, quando a própria Domme toma as rédeas da situação, e apesar de poder haver no contexto essa certa indiferença esnobe com relação ao sub, também faça movimentos mais ativos xingando-o, degradando, rindo de sua cara até mesmo com situações de conotações humilhantes públicas ou não – cuspes, trabalhos/tarefas entre outras coisas. 

Vejo que a humilhação é tão ampla no BDSM – humilhações públicas com as mais diversas práticas sendo utilizadas, humilhação verbal, física, psicológica... tantas formas! Mas tudo depende também, da percepção presente na díade D/s. A percepção de que a situação de humilhação esta havendo ou não. 

Por exemplo, pode ser que para determinado sub ou Domme, seja um privilégio para o sub ser feminizado, já para outros, seria uma humilhação imensa. É tudo uma questão de opinião e gostos, não existe o certo e o errado. Gostei muito deste texto, do blog de submisso real, que traz algumas dicas interessantes de humilhação, confiram... pode aguçar criatividades :P


Ademais, dentro do contexto que for, humilhação pode ser uma constante em sessões e relações D/s, sendo de fundamental importância o consentimento da mesma, ao meu ver, principalmente pela necessidade de diferenciação entre a prática da humilhação no dia-a-dia ou contexto, e uma agressão real verbal, gerando ofensas mágoas etc. Todos temos limites e os mesmos devem ser respeitados.